terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os jogos no processo do ensino-aprendizagem

ATIVIDADES LÚDICAS
 
        Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivo a distração e o recreio.
       Salienta Almeida (2004), cada época e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dando à criança uma visão negativa. Entretanto já no século XVIII, Rousseau se preocupava em dar uma conotação diferente para a infância, mas suas idéias vieram a se firmar no início do século XX, quando psicólogos e pedagogos começaram a considerar a criança como uma criatura especial com especificidades, características e necessidades próprias.
          Foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos.
         O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes destes estudos, segundo Negrine (1994, p. 41) podemos destacar:
- As atividades lúdicas possibilitam fomentar a “resiliência”, pois permitem a formação do autoconceito positivo;
- As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
- O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
- Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
- Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
      Percebemos a importância da atividade lúdica que passa a determinar tanto as relações das crianças com o objeto estudado quanto com as afinidades estabelecidas entre os participantes do jogo.
         Segundo Vygotsky (apud Friedmann, p. 36), o jogo é imprescindível para o desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos são criados no jogo entre significados, objetos e ações.
        Para Jean Piaget (1978, p. 190) “... o organismo assimila incessantemente o meio à sua estrutura, ao mesmo tempo em que acomoda a estrutura ao meio, a adaptação constituindo um equilíbrio entre tais trocas”.



Texto de Rubem Alves.





Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo.
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Rubem Alves


A participação da família na escola





       A relação família-escola é, hoje, tema em destaque na discussão sobre o alcance do sucesso dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Frequentemente, escutamos dos professores que o apoio da família é essencial para o bom desempenho do aluno. Porém, muitas vezes essa expectativa de ajuda torna-se fator de acusação, atribuindo-se à família a responsabilidade pelo mau desempenho escolar da criança.
        Os profissionais da escola acreditam, muitas vezes, que os alunos vão mal porque suas famílias estão desestruturadas ou porque não se interessam pela vida escolar da criança.
         A ausência dos pais às reuniões pedagógicas é um fato que vem acontecendo muito no contexto escolar atual, o que pode ser um indicativo do pouco acompanhamento da vida escolar das crianças por parte dos pais. O baixo desempenho dos alunos, os cuidados com a criança e adolescentes em relação à escolaridade e o não atendimento aos pedidos e expectativas da escola foram algumas das questões que motivaram o desenvolvimento desta pesquisa. 
         No decorrer do processo educacional, depara-se com alguns aspectos que atrasam a vida do aluno na escola. Dentre esses aspectos, optou-se por observar a influência da família no processo ensino-aprendizagem.
         Assim, nesse estudo, pretendeu-se analisar a família perante a escola e a necessidade de uma integração, pois se supõe que a questão familiar pode ser um dos fatores que influenciam o desenvolvimento escolar de um aluno. Hoje, mesmo não existindo mais um parâmetro de família como predominava até o início do século passado, acredita-se que mesmo nas famílias compostas por apenas duas pessoas, esse representante da família pode ser um personagem importante na aprendizagem dos educandos.
         A escola que, por sua vez, tinha o papel de ensinar o que o mundo do trabalho iria cobrar ao indivíduo no futuro, passa a absorver também a função de educar para a vida no que se referem aos aspectos sociais, morais, espirituais, entre outros. As consequências desse acúmulo de funções são sentidas hoje pela escola, pois ela passou a ser vista como uma instituição que ensina, que critica, passa sermões e faz cobranças de organização e socialização que deveriam ser trabalhados em casa; daí gera-se muitos conflitos.

        Para sanar tais conflitos, é preciso criar uma parceria entre família e escola, para que haja uma distribuição mais justa de responsabilidades na educação da criança. Assim, cada um fazendo o seu papel, uma não sobrecarrega a outra. Mais do que uma descentralização das funções, essa parceria ajuda pais e escola a falarem a mesma linguagem, situando o indivíduo num mundo organizado em uma estrutura que compõe a sociedade da qual ele também faz parte.

O Uso de brinquedos e jogos na educação infantil.

O Uso de brinquedos e jogos na educação infantil.

O homem em suas diferentes fases de desenvolvimento está sempre construindo conhecimentos, tentando se organizar. Para cada etapa há relações com os tipos de construções realizadas e destas vivências despontam modos de atuação que se adequam melhor à vida cidadã.
O ser humano passa por diferentes etapas nesta construção, desde o chupar o polegar até elaborar pensamentos com diferentes estruturas.
Construir um saber apropriar-se de um conhecimento. É no seio deste processo que a criança irá construindo com a possibilidade de transformar o objeto, de acordo com a experiência de cada um.
Sem a brincadeira (lúdico) fica tedioso o processo de aprendizagem. É necessário que a construção se faça a partir do jogo, da imaginação, do conhecimento do corpo.
Brincar é vital, primordial e essencial, pois, esta é a maneira que o sujeito humano, na saúde, utiliza para se estruturar como sujeito da emoção, da razão e da relação.
A construção de símbolos é fato marcante para o homo sapiens. A criança, ao fazer tal conquista, entra para um espaço social e cultural extremamente valorizado nas culturas letradas e tal fato não passa desapercebido pelos que cuidam dela, às vezes, por ter um ritmo diferente, os adultos acabam deixando de valorizar o processo de conquista e querem logo o resultado, o produto.
O trabalho teve como objetivo principal  discutir os motivos que levam as crianças a dedicarem grande parte de seu tempo ao jogo, à brincadeira. Por esse motivo, pesquisamos sobre como é importante a criança aprender brincando.
Para isto, as contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon (apud UVA/2005) entre outros pensadores da Educação apresentam experiências concretas na realidade brasileira que permitem uma perspectiva em que se prioriza na Educação Infantil as bases primeiras da formação para cidadania, percebendo-se a criança como ser humano pleno.
Para atuar na Educação Infantil e necessário conhecer as crianças, suas características e seus direitos, conhecer a metodologia própria para atuar com mediador, bem como a legislação que possibilite a formação de um cidadão na atualidade e que respalde um verdadeiro trabalho pedagógico na Educação Infantil.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O homem e o Meio Ambiente. (Profª. Ana Lilia)


       As grandes modificações ambientais, decorrentes do avanço desenfreado das diferentes atividades humanas, constituem uma ameaça constante à biodiversidade e podem estar relacionadas ao nível de compreensão e percepção da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental. Este artigo busca trazer uma reflexão sobre as relações existentes entre o ser humano e a natureza, destacando seu caráter utilitarista, na qual o ser humano a subjuga. Tendo a educação como o instrumento para modificar essa relação, que tende a afetar negativamente a existência humana no planeta, uma vez que ela depende incondicionalmente da natureza.
       Os problemas ambientais enfrentados neste início da primeira década do século XXI originaram-se na atuação errada da humanidade sobre o meio ambiente. O ser humano compreenderia sua relação com a natureza de forma utilitarista. Ele não seria parte dela, mas dono. Seria necessário reeducar o ser humano para que o mesmo mudasse suas relações com a natureza compreendendo que sua sobrevivência está condicionada ao estado em que o meio ambiente se encontra. Se a humanidade afeta negativamente a natureza, ela apenas afeta sua própria existência.
     O homem está constantemente agindo sobre o meio a fim de satisfazer suas necessidades e desejos. Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio ambiente. 
            De acordo com Dias (2000), a educação ambiental, por ser interdisciplinar, por lidar com a realidade, por adotar uma abordagem que considera todos os aspectos que compõem a questão ambiental (socioculturais, políticos, científico-tecnológicos, éticos, ecológicos, entre outros), por considerar que a escola não pode ser um amontoado de gente trabalhando com outro amontoado de papel; por ser catalisadora de uma educação para a cidadania consciente, pode e deve ser o agente otimizador de novos processos educativos que conduzam as pessoas por caminhos em que seja visualizada a possibilidade de mudança e de melhoria do seu ambiente total e da qualidade da sua experiência.
         Os termos, meio ambiente e educação ambiental constantemente utilizado, tanto em meios de comunicação como nos discursos políticos, livros didáticos, músicas e outras fontes demonstram uma grande diversidade conceitual, possibilitando diferentes interpretações, muitas vezes, influenciadas pela vivência pessoal, profissional e pelas informações veiculadas na mídia, que vão refletir nos objetivos, métodos e/ou conteúdo das práticas pedagógicas propostas no ensino (Reigota, 1991).
             A contraditória relação Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos processos industriais criados pelo próprio Homem. Esse processo é visto como gerador de desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porém, o homem se afastou do mundo natural, como se não fizesse parte dele.
           Com todo o processo industrial e com o avanço da tecnológica, a humanidade conseguiu contaminar o próprio ar que respira a água que bebe o solo que provém os alimentos, os rios, destruírem florestas e o habitat animal.
           Todo esse processo de destruição colocou em risco a sobrevivência da Terra e dos próprios seres humanos. O elevado índice de consumo e a consequente industrialização esgotam ao longo do tempo os recursos da Terra, que levaram milhões de anos para se compuser. Muitos desastres naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente. Ao contrário de muitos que pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior agressor é o homem, que não se deu conta de que deve sua existência a ela.
            O meio ambiente que circunda um ser vivo é constituído por tudo aquilo que o envolve e intervêm sobre ele.
           Compõe-se por fatores bióticos e abióticos, conforme PUENTE, 2008; Os fatores bióticos são os outros organismos vivos com os quais ele compartilha o meio ambiente, tanto da mesma espécie como de outras diferentes. Os abióticos são os fatores do ambiente físico que influem sobre o ser vivo como, por exemplo, a temperatura, a umidade, o relevo do terreno etc.
             PUENTE (2008, p. 144) descrevem o meio ambiente como:
   “o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e às                                                         atividades humanas”.
            O meio ambiente compreende inúmeras idéias, conforme a referência. Por exemplo, para o ser humano, o meio ambiente é uma base de recursos naturais (água e oxigênio); pode ser também um lugar onde se realizam atividades produtivas (lavouras e criação de animais); ou então, um receptor de resíduos, já que os poluentes, frutos das atividades humanas, são lançados nele.
             Os processos de desenvolvimento adotados pela humanidade e suas consequências ambientais tem sido pauta de diversas discussões e preocupações por parte de agentes como, governo, entidades civis, organizações sociais, indivíduos preocupados com a temática do Meio Ambiente.
             Para Barbieri (2008), ocorreu primeiramente a percepção de problemas ambientais, atribuídos à indiferença ou negligência das pessoas, dos agentes produtores e dos consumidores de bens e serviços empreendendo desta forma, pelos governos de vários países uma educação corretiva através de atividades de controle da poluição como multas, de modo a frear os efeitos gerados pela produção e consumo.
              A poluição tornou a degradação ambiental um problema generalizado, até então entendido como limitado a cada país, cada um à sua maneira, tratando de seus problemas, com suas políticas de intervenção governamentais voltados à prevenção da poluição. Não só no Brasil como em vários países do mundo, a poluição era um indicativo de progresso. Tal percepção manteve-se até que problemas relacionados à degradação ambiental, contaminação do ar, água e solo se intensificaram.
            O homem passa a utilizar os recursos ambientais de forma individualista, sem respeitar a capacidade de recuperação dos mesmos. A natureza tem uma extraordinária habilidade de renovação. A água, o ar, solo, flora e fauna, ou qualquer outro recurso ambiental, afetado pelas ações humanas, pode, sob apropriadas condições, suportar alterações e regenerar-se. Mas a capacidade da natureza é limitada, e as modificações causadas pelo ser humano acarretam as degradações, que afetam a capacidade de regeneração, tornando-a mais difícil, ou mesmo impossível.
             A educação é um instrumento para a defesa do meio ambiente, base para a conscientização, criada pela necessidade humana de se evoluir, valorizando o contexto natural com o qual convive. A percepção dos problemas permite uma mudança de postura e sua superação (SÉGUIN, 2006).
         Para o educador Paulo Freire (1996), ensinar não é transferir somente conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua produção ou construção. Freire não aceitava a idéia do que o ensinar era transmitir o saber, pois a missão de um educador é muito mais que possibilitar a criação do conhecimento e sim poder levar aos educandos a possibilidade de conhecer. No Brasil temos muitos educadores que continuam a lutar pelos mesmos ideais que Freire almejou, educando para a vida, para a transformação de sujeitos.
   
ação e reflexão, de tal forma solidária, ainda que em parte, uma delas, se ressente, imediatamente, a outra. Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí que dizer a palavra verdadeira seja transformar o mundo”   (FREIRE, 1992 p. 77).

       Nos Parâmetros Curriculares Nacionais os conteúdos de Meio Ambiente foram integrados às áreas, numa relação de transversalidade, de modo que impregne toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, crie uma visão global e abrangente da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e histórico-sociais, assim como as articulações entre a escala local e planetária desses problemas.
        A Educação Ambiental é uma ferramenta para a reflexão sobre a complexidade ambiental, permitindo examinar valores e percepções que movem as práticas sociais correntes, a fim de mudar a forma de pensar e transformar o conhecimento e as atitudes das pessoas através de práticas educativas.
          Seu objetivo também é o de quebrar esse paradigma antropocêntrico, que coloca o meio ambiente ao serviço do bem-estar da humanidade, ao mesmo tempo em que procura incitar nas pessoas a conscientização de que sua sobrevivência e manutenção de um bem-estar mínimo estão condicionadas à forma como ela se utiliza dos recursos naturais.
          O grande desafio atual é o de estabelecer uma educação ambiental crítica e inovadora, voltada à transformação social. Seu enfoque precisa nortear-se em perspectivas holísticas de ação, incluindo o homem e a natureza. Deve compreender que os recursos naturais são finitos e o principal responsável pela sua degradação é o próprio ser humano.
           Para se desenvolver sustentavelmente é imprescindível educar a população sobre as relações com a natureza. A humanidade sobrevive graças aos recursos providos por ela. Ao degradar o próprio ambiente em que se vive e de onde se retira tudo, apenas se afeta e prejudica ainda mais a própria existência humana. Este é um motivo e tanto para mudar o pensamento sobre como utilizar os recursos naturais.
          Consideramos a priori a importância de aprofundar cada vez mais um diálogo acerca dos temas emergentes e necessários, para um possível futuro justo de ser vivido. Um novo desafio se impõe para as gerações atuais e futuras, pensar em como rearticular as escolhas do cotidiano.