quarta-feira, 10 de maio de 2017

A pesquisa sobre a influência do estresse na qualidade de vida no trabalho possibilita perceber quais os fatores principais que mantem a satisfação pessoal de um colaborador e do grupo de um determinado setor de uma empresa. E para que esta determinada empresa mantenha bons índices de produtividade, qualidade no atendimento ao cliente e outros requisitos necessários para o bom desempenho da empresa seja em qualquer setor econômico, a relação entre patrão e empregado devem estar integrados para alcançar os objetivos esperados pela organização.   
      Entende-se que o ser humano que passa por diferentes processos, até mesmo radicais em sua vida, está propenso aos distúrbios psicológicos e estes eventos o marcam significantemente, decorrendo impactos em seu organismo. Na atualidade, o assunto estresse é discutido não somente nos setores médicos, e nunca se falou tanto nesta problemática como hoje, século XXI, em vários espaços da sociedade em diferentes áreas de estudo, pois representa um dos fatores causadores das alterações do organismo do indivíduo, em que a competição exacerbada dos setores seja comerciais, industriais globais, movidos por produtividade proporcionados pelo mundo capitalista deixam o individuo estressado.
   O Estresse não é doença em seu conceito clássico, porque não mostra sinais nem sintomas, e o próprio indivíduo, na maioria das vezes, não sabe que sua saúde está abalada (SANTOS, 1995).
     Sobre o assunto Lipp afirma que:

...um desgaste geral do organismo [...] é causado pelas alterações psico-fisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada a enfrentar uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo a faça imensamente feliz. (1998, p.10-20).

   Percebe-se que cada indivíduo tem uma resposta quando exposto a uma situação de estresse e depende de vários fatores, muitas vezes acúmulos de problemas, situações não resolvidas e tornam-se riscos, pois a própria pessoa pode não admitir o agente estressor.
    Assim, Lipp classifica;

 Os agentes estressores em: biogênicos ou automaticamente estressantes (frio, fome, dor); psicossociais, que adquirem a capacidade de estressar uma pessoa em decorrência de sua história de vida; externos, que resultam de eventos ou condições externas que afetam o organismo e independem, muitas vezes, do mundo interno da pessoa; internos, que são determinados completamente pelo próprio indivíduo. (1996, p.122.). 


O estresse deverá ser enfrentado com alguns requisitos importantes:


  •  a) calma diante dos fatores internos e externos;
  •  b) paciência;
  •  c) coragem para enfrentar o conflito;
  •  d) determinação para resolver problemas;
  •  e) bom humor para o fracasso;
  •  f) simpatia diante de conflitos e agressividade de outras pessoas.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os jogos no processo do ensino-aprendizagem

ATIVIDADES LÚDICAS
 
        Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivo a distração e o recreio.
       Salienta Almeida (2004), cada época e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dando à criança uma visão negativa. Entretanto já no século XVIII, Rousseau se preocupava em dar uma conotação diferente para a infância, mas suas idéias vieram a se firmar no início do século XX, quando psicólogos e pedagogos começaram a considerar a criança como uma criatura especial com especificidades, características e necessidades próprias.
          Foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos.
         O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes destes estudos, segundo Negrine (1994, p. 41) podemos destacar:
- As atividades lúdicas possibilitam fomentar a “resiliência”, pois permitem a formação do autoconceito positivo;
- As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
- O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
- Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
- Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
      Percebemos a importância da atividade lúdica que passa a determinar tanto as relações das crianças com o objeto estudado quanto com as afinidades estabelecidas entre os participantes do jogo.
         Segundo Vygotsky (apud Friedmann, p. 36), o jogo é imprescindível para o desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos são criados no jogo entre significados, objetos e ações.
        Para Jean Piaget (1978, p. 190) “... o organismo assimila incessantemente o meio à sua estrutura, ao mesmo tempo em que acomoda a estrutura ao meio, a adaptação constituindo um equilíbrio entre tais trocas”.



Texto de Rubem Alves.





Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo.
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Rubem Alves


A participação da família na escola





       A relação família-escola é, hoje, tema em destaque na discussão sobre o alcance do sucesso dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Frequentemente, escutamos dos professores que o apoio da família é essencial para o bom desempenho do aluno. Porém, muitas vezes essa expectativa de ajuda torna-se fator de acusação, atribuindo-se à família a responsabilidade pelo mau desempenho escolar da criança.
        Os profissionais da escola acreditam, muitas vezes, que os alunos vão mal porque suas famílias estão desestruturadas ou porque não se interessam pela vida escolar da criança.
         A ausência dos pais às reuniões pedagógicas é um fato que vem acontecendo muito no contexto escolar atual, o que pode ser um indicativo do pouco acompanhamento da vida escolar das crianças por parte dos pais. O baixo desempenho dos alunos, os cuidados com a criança e adolescentes em relação à escolaridade e o não atendimento aos pedidos e expectativas da escola foram algumas das questões que motivaram o desenvolvimento desta pesquisa. 
         No decorrer do processo educacional, depara-se com alguns aspectos que atrasam a vida do aluno na escola. Dentre esses aspectos, optou-se por observar a influência da família no processo ensino-aprendizagem.
         Assim, nesse estudo, pretendeu-se analisar a família perante a escola e a necessidade de uma integração, pois se supõe que a questão familiar pode ser um dos fatores que influenciam o desenvolvimento escolar de um aluno. Hoje, mesmo não existindo mais um parâmetro de família como predominava até o início do século passado, acredita-se que mesmo nas famílias compostas por apenas duas pessoas, esse representante da família pode ser um personagem importante na aprendizagem dos educandos.
         A escola que, por sua vez, tinha o papel de ensinar o que o mundo do trabalho iria cobrar ao indivíduo no futuro, passa a absorver também a função de educar para a vida no que se referem aos aspectos sociais, morais, espirituais, entre outros. As consequências desse acúmulo de funções são sentidas hoje pela escola, pois ela passou a ser vista como uma instituição que ensina, que critica, passa sermões e faz cobranças de organização e socialização que deveriam ser trabalhados em casa; daí gera-se muitos conflitos.

        Para sanar tais conflitos, é preciso criar uma parceria entre família e escola, para que haja uma distribuição mais justa de responsabilidades na educação da criança. Assim, cada um fazendo o seu papel, uma não sobrecarrega a outra. Mais do que uma descentralização das funções, essa parceria ajuda pais e escola a falarem a mesma linguagem, situando o indivíduo num mundo organizado em uma estrutura que compõe a sociedade da qual ele também faz parte.

O Uso de brinquedos e jogos na educação infantil.

O Uso de brinquedos e jogos na educação infantil.

O homem em suas diferentes fases de desenvolvimento está sempre construindo conhecimentos, tentando se organizar. Para cada etapa há relações com os tipos de construções realizadas e destas vivências despontam modos de atuação que se adequam melhor à vida cidadã.
O ser humano passa por diferentes etapas nesta construção, desde o chupar o polegar até elaborar pensamentos com diferentes estruturas.
Construir um saber apropriar-se de um conhecimento. É no seio deste processo que a criança irá construindo com a possibilidade de transformar o objeto, de acordo com a experiência de cada um.
Sem a brincadeira (lúdico) fica tedioso o processo de aprendizagem. É necessário que a construção se faça a partir do jogo, da imaginação, do conhecimento do corpo.
Brincar é vital, primordial e essencial, pois, esta é a maneira que o sujeito humano, na saúde, utiliza para se estruturar como sujeito da emoção, da razão e da relação.
A construção de símbolos é fato marcante para o homo sapiens. A criança, ao fazer tal conquista, entra para um espaço social e cultural extremamente valorizado nas culturas letradas e tal fato não passa desapercebido pelos que cuidam dela, às vezes, por ter um ritmo diferente, os adultos acabam deixando de valorizar o processo de conquista e querem logo o resultado, o produto.
O trabalho teve como objetivo principal  discutir os motivos que levam as crianças a dedicarem grande parte de seu tempo ao jogo, à brincadeira. Por esse motivo, pesquisamos sobre como é importante a criança aprender brincando.
Para isto, as contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon (apud UVA/2005) entre outros pensadores da Educação apresentam experiências concretas na realidade brasileira que permitem uma perspectiva em que se prioriza na Educação Infantil as bases primeiras da formação para cidadania, percebendo-se a criança como ser humano pleno.
Para atuar na Educação Infantil e necessário conhecer as crianças, suas características e seus direitos, conhecer a metodologia própria para atuar com mediador, bem como a legislação que possibilite a formação de um cidadão na atualidade e que respalde um verdadeiro trabalho pedagógico na Educação Infantil.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O homem e o Meio Ambiente. (Profª. Ana Lilia)


       As grandes modificações ambientais, decorrentes do avanço desenfreado das diferentes atividades humanas, constituem uma ameaça constante à biodiversidade e podem estar relacionadas ao nível de compreensão e percepção da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental. Este artigo busca trazer uma reflexão sobre as relações existentes entre o ser humano e a natureza, destacando seu caráter utilitarista, na qual o ser humano a subjuga. Tendo a educação como o instrumento para modificar essa relação, que tende a afetar negativamente a existência humana no planeta, uma vez que ela depende incondicionalmente da natureza.
       Os problemas ambientais enfrentados neste início da primeira década do século XXI originaram-se na atuação errada da humanidade sobre o meio ambiente. O ser humano compreenderia sua relação com a natureza de forma utilitarista. Ele não seria parte dela, mas dono. Seria necessário reeducar o ser humano para que o mesmo mudasse suas relações com a natureza compreendendo que sua sobrevivência está condicionada ao estado em que o meio ambiente se encontra. Se a humanidade afeta negativamente a natureza, ela apenas afeta sua própria existência.
     O homem está constantemente agindo sobre o meio a fim de satisfazer suas necessidades e desejos. Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio ambiente. 
            De acordo com Dias (2000), a educação ambiental, por ser interdisciplinar, por lidar com a realidade, por adotar uma abordagem que considera todos os aspectos que compõem a questão ambiental (socioculturais, políticos, científico-tecnológicos, éticos, ecológicos, entre outros), por considerar que a escola não pode ser um amontoado de gente trabalhando com outro amontoado de papel; por ser catalisadora de uma educação para a cidadania consciente, pode e deve ser o agente otimizador de novos processos educativos que conduzam as pessoas por caminhos em que seja visualizada a possibilidade de mudança e de melhoria do seu ambiente total e da qualidade da sua experiência.
         Os termos, meio ambiente e educação ambiental constantemente utilizado, tanto em meios de comunicação como nos discursos políticos, livros didáticos, músicas e outras fontes demonstram uma grande diversidade conceitual, possibilitando diferentes interpretações, muitas vezes, influenciadas pela vivência pessoal, profissional e pelas informações veiculadas na mídia, que vão refletir nos objetivos, métodos e/ou conteúdo das práticas pedagógicas propostas no ensino (Reigota, 1991).
             A contraditória relação Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos processos industriais criados pelo próprio Homem. Esse processo é visto como gerador de desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porém, o homem se afastou do mundo natural, como se não fizesse parte dele.
           Com todo o processo industrial e com o avanço da tecnológica, a humanidade conseguiu contaminar o próprio ar que respira a água que bebe o solo que provém os alimentos, os rios, destruírem florestas e o habitat animal.
           Todo esse processo de destruição colocou em risco a sobrevivência da Terra e dos próprios seres humanos. O elevado índice de consumo e a consequente industrialização esgotam ao longo do tempo os recursos da Terra, que levaram milhões de anos para se compuser. Muitos desastres naturais são causados pela ação do homem no meio ambiente. Ao contrário de muitos que pensam que a natureza é violenta, pode ser, mas seu maior agressor é o homem, que não se deu conta de que deve sua existência a ela.
            O meio ambiente que circunda um ser vivo é constituído por tudo aquilo que o envolve e intervêm sobre ele.
           Compõe-se por fatores bióticos e abióticos, conforme PUENTE, 2008; Os fatores bióticos são os outros organismos vivos com os quais ele compartilha o meio ambiente, tanto da mesma espécie como de outras diferentes. Os abióticos são os fatores do ambiente físico que influem sobre o ser vivo como, por exemplo, a temperatura, a umidade, o relevo do terreno etc.
             PUENTE (2008, p. 144) descrevem o meio ambiente como:
   “o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e às                                                         atividades humanas”.
            O meio ambiente compreende inúmeras idéias, conforme a referência. Por exemplo, para o ser humano, o meio ambiente é uma base de recursos naturais (água e oxigênio); pode ser também um lugar onde se realizam atividades produtivas (lavouras e criação de animais); ou então, um receptor de resíduos, já que os poluentes, frutos das atividades humanas, são lançados nele.
             Os processos de desenvolvimento adotados pela humanidade e suas consequências ambientais tem sido pauta de diversas discussões e preocupações por parte de agentes como, governo, entidades civis, organizações sociais, indivíduos preocupados com a temática do Meio Ambiente.
             Para Barbieri (2008), ocorreu primeiramente a percepção de problemas ambientais, atribuídos à indiferença ou negligência das pessoas, dos agentes produtores e dos consumidores de bens e serviços empreendendo desta forma, pelos governos de vários países uma educação corretiva através de atividades de controle da poluição como multas, de modo a frear os efeitos gerados pela produção e consumo.
              A poluição tornou a degradação ambiental um problema generalizado, até então entendido como limitado a cada país, cada um à sua maneira, tratando de seus problemas, com suas políticas de intervenção governamentais voltados à prevenção da poluição. Não só no Brasil como em vários países do mundo, a poluição era um indicativo de progresso. Tal percepção manteve-se até que problemas relacionados à degradação ambiental, contaminação do ar, água e solo se intensificaram.
            O homem passa a utilizar os recursos ambientais de forma individualista, sem respeitar a capacidade de recuperação dos mesmos. A natureza tem uma extraordinária habilidade de renovação. A água, o ar, solo, flora e fauna, ou qualquer outro recurso ambiental, afetado pelas ações humanas, pode, sob apropriadas condições, suportar alterações e regenerar-se. Mas a capacidade da natureza é limitada, e as modificações causadas pelo ser humano acarretam as degradações, que afetam a capacidade de regeneração, tornando-a mais difícil, ou mesmo impossível.
             A educação é um instrumento para a defesa do meio ambiente, base para a conscientização, criada pela necessidade humana de se evoluir, valorizando o contexto natural com o qual convive. A percepção dos problemas permite uma mudança de postura e sua superação (SÉGUIN, 2006).
         Para o educador Paulo Freire (1996), ensinar não é transferir somente conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua produção ou construção. Freire não aceitava a idéia do que o ensinar era transmitir o saber, pois a missão de um educador é muito mais que possibilitar a criação do conhecimento e sim poder levar aos educandos a possibilidade de conhecer. No Brasil temos muitos educadores que continuam a lutar pelos mesmos ideais que Freire almejou, educando para a vida, para a transformação de sujeitos.
   
ação e reflexão, de tal forma solidária, ainda que em parte, uma delas, se ressente, imediatamente, a outra. Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí que dizer a palavra verdadeira seja transformar o mundo”   (FREIRE, 1992 p. 77).

       Nos Parâmetros Curriculares Nacionais os conteúdos de Meio Ambiente foram integrados às áreas, numa relação de transversalidade, de modo que impregne toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, crie uma visão global e abrangente da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e histórico-sociais, assim como as articulações entre a escala local e planetária desses problemas.
        A Educação Ambiental é uma ferramenta para a reflexão sobre a complexidade ambiental, permitindo examinar valores e percepções que movem as práticas sociais correntes, a fim de mudar a forma de pensar e transformar o conhecimento e as atitudes das pessoas através de práticas educativas.
          Seu objetivo também é o de quebrar esse paradigma antropocêntrico, que coloca o meio ambiente ao serviço do bem-estar da humanidade, ao mesmo tempo em que procura incitar nas pessoas a conscientização de que sua sobrevivência e manutenção de um bem-estar mínimo estão condicionadas à forma como ela se utiliza dos recursos naturais.
          O grande desafio atual é o de estabelecer uma educação ambiental crítica e inovadora, voltada à transformação social. Seu enfoque precisa nortear-se em perspectivas holísticas de ação, incluindo o homem e a natureza. Deve compreender que os recursos naturais são finitos e o principal responsável pela sua degradação é o próprio ser humano.
           Para se desenvolver sustentavelmente é imprescindível educar a população sobre as relações com a natureza. A humanidade sobrevive graças aos recursos providos por ela. Ao degradar o próprio ambiente em que se vive e de onde se retira tudo, apenas se afeta e prejudica ainda mais a própria existência humana. Este é um motivo e tanto para mudar o pensamento sobre como utilizar os recursos naturais.
          Consideramos a priori a importância de aprofundar cada vez mais um diálogo acerca dos temas emergentes e necessários, para um possível futuro justo de ser vivido. Um novo desafio se impõe para as gerações atuais e futuras, pensar em como rearticular as escolhas do cotidiano.






terça-feira, 29 de março de 2011

Comportamento Humano

Cinco fatores que influenciam o comportamento humano (não determinantes)
Antropológicos ou culturais – fator relacionado a questão de cultura de um povo ou grupo social. Por exemplo, as pessoa que freqüentam uma determinada igreja tem hábitos semelhantes quanto a vestimenta, atitudes e comportamento em geral. Pessoas que mudam de religião tendem a assumir novas posturas exigidas ou recomendadas por este novo grupo. Lembro da história de um amigo que era uma pessoa totalmente desregrada na vida. Viveu muito tempo com diversos vícios e comportamentos anti-sociais. Determinado dia entrou para uma igreja e freqüentar. Com o tempo passou a agir de modo mais tranqüilo, sem vícios e altamente sociável.
Sócio-Econômicos – pessoas que moram em locais mais pobres ou ricos tem, em geral, características mais semelhantes entre si. É comum termos notícias de pessoas que se tornaram ricas de forma rápida e passaram a agir de modo diferente com seus amigos, parentes etc. O contrário também ocorre. Outro exemplo é que em situações econômicas de crise algumas pessoas podem sofrer alterações de comportamento devido a endividamento, desemprego etc.
Biológicos ou Fisiológicos – está relacionado ao físico. Um exemplo clássico é a mulher grávida. A alteração hormonal proporcionada pela gravidez gera em algumas mulheres alteração no comportamento. Também temos diversos relatos de pessoas que sofreram algum tipo de lesão ou AVC e, posteriormente, passam a agir de modo diferente de como se comportavam antes do acidente. A maioria passa a agir de modo mais contemplativo, harmonioso, tolerante etc.
Ambientais – tem a ver com o local onde as pessoas moram, trabalham, vivem. Estudos comprovam que cidades onde há maior incidência de sol as pessoas tendem a agir de modo mais alegre, receptivo e espontâneo. Locais mais frios, com pouca incidência de luz natural na maior parte do tempo faz que seus habitantes tenham mais comportamentos sóbrios, depressivos e individualistas. Em países, como o Brasil, onde temos um vasto território podemos perceber as diferenças no modo de agir característico de cada povo. Quando as pessoas acostumadas a uma determinada temperatura mudam para cidade ou região diferente há uma considerável mudança de humor, que poderá ser positiva ou negativa.
Psicológicos – está relacionado ao estado emocional das pessoas, modo como foram criadas e tratadas desde a infância até o momento atual. Pessoas que só receberam elogios tendem a não ter noção dos limites. Aqueles que na maior parte do tempo foram criticados por parentes, amigos, professores e outras pessoas tendem a desenvolver uma baixa autoestima. Sob uma forte pressão emocional as pessoas também podem apresentar reações inesperadas, seja de alegria ou agressividade. A perda de uma pessoa importante pode acarretar uma mudança momentânea ou definitiva no comportamento de uma pessoa, por exemplo.
Certamente que estes fatores não são definitivos, apenas apontam alguns caminhos. Quanto mais analisamos estes fatores, mais conseguimos compreender determinadas reações e atitudes humanas e suas influências.
O DESENVOLVIMENTO E SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM
Para muitos autores, a aprendizagem afigura-se como sendo o núcleo da psicologia. Tudo porque, é a aprendizagem que determina o nosso pensamento, a nossa linguagem, as motivações, as atitudes, a personalidade.
Por esta razão é evidente que o desenvolvimento humano (mente) dependa da aprendizagem, sem ela deixa-se de aperfeiçoar ou amadurecer as qualidades que nos são peculiares. Praticamente todo o nosso pensamento e comportamento foram aprendidos. A aprendizagem pode ser adaptativa ou desadaptativa, consciente ou inconsciente, manifesta ou observável. Sentimentos e atitudes são certamente aprendidos como factos e competências.”(Sprinthall).
O psicólogo Skinner (1904 – 1990) estudando o condicionamento operante e levando as suas investigações a cerca da lei do efeito afirma que “a aprendizagem é uma associação entre o estímulo e a resposta resultante de um acto do sujeito”.
Considerando também o desejo humano, o mesmo influência o que é chamado aprendizagem social, nisso estamos em presença de uma aprendizagem por observação. Monteiro e dos Santos (2002) dizem que “ grande parte das aprendizagens humanas estão baseadas na observação: o processo de socialização passa necessariamente pela observação, imitação e identificação com os modelos sociais (pais, professores, amigos…) ”.
Existe vários tipos de aprendizagens que concomitantemente, jogam um papel significativo no desenvolvimento humano.
Independentemente dos vários tipos de aprendizagem ao nosso, não se deve ignorar alguns factores que podem directamente ou indirectamente influenciar o desenvolvimento humano. Por exemplo no caso de uma criança, a cultura dos pais, o meio ou o convívio social, o poderio económico dos pais, a escola que frequenta, criam situações diferenciadas de aprendizagem. Este processo mobiliza um conjunto de situações que eivam a própria personalidade do próprio.
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE DO ALUNO NOS SEUS ASPECTOS: AFECTIVO, COGNITIVAS, SOCIAL E MENTAL
A palavra personalidade tem origem no termo latino persona, que significa máscara. Os atores de teatro antigo, concretamente da tragédia grega, usavam uma máscara durante toda a representação permitindo aos espectadores reconhecerem, a personalidade das diferentes personagens.
Em Monteiro e dos Santos (2006) constatamos que a personalidade é o elemento relativamente estável da conduta de uma pessoa, a estrutura que subjaz à constelação das características de cada um de nós. Portanto, a personalidade é o que nos torna unos, distinguindo-nos de todos os outros.
Depreendemos (Monteiro e dos Santos 2006) que a personalidade acompanha e reflecte a maturação psicóloga e esta avalia-se por características como a autonomia, a capacidade de comunicação interpessoal, a expressão das ideias e dos afectos e a construção de projectos de vida.
O processo de maturação obtém-se através dos conflitos, gratificações afectivas, frustrações, realização, coisas com que nos confrontamos.
O desenvolvimento da personalidade do aluno é resultante de um conjunto de factores. De entre outros o factor social. Deste modo, é evidente que o núcleo central da sociedade (a família) joga um papel preponderante, na medida em que o aluno (membro da família restrita) convive maior parte do seu tempo.
Um aluno está exposto a um processo de socialização, enquanto convive com a família, os grupos, a escola (aqui neste caso os colegas e professores). O tipo de ambiente que estes meios proporcionam influencia a personalidade do aluno. Dali a chamada de atenção, sobretudo aos professores da sua conduta, do seu perfil, não só como exemplo de cidadão, mas também como segundo pai ou mãe, apregoando-se das responsabilidades do qual se reflecte um modelo a seguir. É óbvio, actualmente muitos professores abdicaram-se das suas responsabilidades como educadores exemplares.
Quer queiramos ou não, as atitudes, o comportamento do professor joga um papel influenciador na personalidade do aluno. Muitas vezes dá-se o caso aluno ser mais imitador do professor do que dos seus pais ou familiares directo. O aluno precisa mais de exemplos práticos do que falados.
FACTORES FISIOLÓGICOS, COGNITIVOS, MOTIVACIONAIS E SOCIAIS DA APRENDIZAGEM
A aprendizagem surge de forma rápida e lenta, voluntária e involuntária. E que independentemente dos factores que encabeça este subtema, existem outros factores que podem ser considerados subjectivos ou até mesmo objectivos que influenciam a aprendizagem do aluno.
Focalizar uma vez mais, o conceito que é atribuído a aprendizagem, Monteiro e dos Santos (2006), dizem que “a aprendizagem é uma mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do conhecimento. Esta mudança do comportamento está relacionada com o exercício e a experiência, com a descoberta.”
Já Fraisse (1957) define a aprendizagem como “uma atitude que modifica as possibilidades de um ser vivo de maneira duradoura.”
Scamitz apud Piletti, C. (2006) descreve a aprendizagem como sendo “um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos, consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.” As definições propostas, apresentam elementos convergentes e particulares de acordo a um contexto ou realidade a que se propõe.
Entretanto, algumas palavras afiguram-se básicas nestas definições: mudança, actividade, e processo de aquisição e assimilação. Se se quiser estabelecer uma relação, pode-se levantar uma questão. Será que as palavras eleitas para caracterizar a aprendizagem encontram enquadramento nos factores fisiológicos, cognitivos, motivacionais e sociais da aprendizagem?
Percebemos que o desenvolvimento fisiológico consiste no crescimento de estruturas, do sistema nervoso neste caso particular e obviamente não se tem uma maturação fisiológica de modo geral e o sistema nervoso em particular, tornam-se irrealizáveis, por exemplo algumas acções. Olhando para Piaget percebe-se que é necessário que se obedeçam determinados estruturas intelectuais para que se possam concretizar certa aprendizagens.
E falar do factor cognitivo como pressuposto para aprendizagem implica a abrangência na aquisição de conhecimento e informações. A aprendizagem das regras gramaticais, por exemplo, é uma aprendizagem cognitiva.
De uma forma geral, aprendemos algo com muito mais facilidade quando para tal estamos movidos ou motivados. De contrário a nossa motivação é passiva. Quando nasce em nós um desejo, uma necessidade de agir para alcançar um determinado objectivo, assim dizemos que estamos motivados.
Para Monteiro e dos Santos (2006), há dois factores motivacionais para a aprendizagem “os factores internos (motivação intrínseca), relacionam-se com o prazer de realização da actividade, por se inserir num projecto pessoal pela auto-realização, pelo prazer de aprender. Os factores externos (motivação extrínseca) podem construir incentivos para a aprendizagem, avaliação, recompensas, elogios, ganhos obtidos e castigos evitados.”
A motivação é encarada de curto e longo prazos. São apontados como factores sociais influenciadores na aprendizagem: a escola, a organização político-económica, a religião, os interesses, os valores, enfim.
Ainda de acordo com Monteiro e dos Santos (2006) “ a escola, enquanto instituição com práticas educativas, conteúdos curriculares, normas e processos de socialização, linguagem e outras formas de expressão, está mais perto da cultura de origem de determinadas crianças – concretamente os dos meios sócio -culturais favorecidos.” Estes autores responsabilizam cada vez mais o professor como o figurino do qual se desenvolvem personalidades e atitudes.
Outrossim, os professores devem actuar pedagogicamente tendo em conta os diferentes meios familiares e sociais de origem das crianças ou dos alunos, primando por uma dimensão heterógina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem não surge apenas de forma consciente, onde alguém se encarrega em transmitir algum saber para outrem, mas também, de forma inconsciente ou seja pela influência social quotidiana. Por isso é que muitas vezes se diz que aprendi sem ser ensinado. Uma vez mais, é importante perceber que as nossas acções falam mais alto que as nossas palavras.
O comportamento humano joga um papel preponderante para o conhecimento do comportamento de um indivíduo. Isto implica dizer, que há uma aproximação entre os pensamentos destes académicos: John Waston e Ivan Pavlov, pois, conhecer um indivíduo implica conhecer o seu comportamento.
A psicologia está inseparavelmente liga a educação, para ajudar a entender os pressupostos da própria educação de tal maneira que se construa a cada momento um homem todo, percebendo-o sobretudo mentalmente.
Toda a educação, a aprendizagem são dependentes da motivação que cada um de nós carrega. A isso voltamos no Estímulo (E) e Resposta (R).

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
- MONTEIRO, Manuela e DOS SANTOS, Milice Ribeiro.Psicologia 1ªParte. s.e. Porto. Porto Editora: 2006.
- ___________, _______.Psicologia 2ª Parte. s.e. Porto. Porto Editora: 2006
- PILETTI, Claudino. Didática Geral.23ª ed. São Paulo. Ática: 2006.